terça-feira, julho 10, 2012

FasFamilias - crónica de Maio

Hoje, na reunião mensal, foi-me pedido que escrevesse a crónica de Junho. Apesar de não ser particularmente dotada para a escrever achei que seria uma boa forma de partilhar a experiência que tenho tido no FAS.
Assim que cheguei a casa comecei a escrever a crónica. Porquê a rapidez? Por esta reunião, à semelhança daquelas que tive oportunidade de ir, são no mínimo inspiradoras. Há um ambiente de motivação que contagia, que anima!
Entrei no Fas há relativamente pouco tempo. Depois de uma breve passagem por um caso complexo, de apoio escolar, foi-me apresentado um novo caso de apoio escolar, em que na companhia do Nuno, iria ajudar a T. e o R. Fiquei contente porque me pareceu que seria um tipo de apoio que poderia prestar com alguma facilidade.
 A T. é uma adolescente encantadora, cheia de vida e muito simpática. Começou motivada, o que associado ao facto de ser inteligente e perspicaz, me fez pensar que seria muito fácil obter bons resultados. Não foi sempre tão fácil. Tivemos momentos muito gratificantes mas outros menos animadores, pela falta de motivação que por vezes manifestava. Apesar de ter evoluído muito, não conseguiu passar de ano. Confesso que o resultado me deixou algo frustrada, pois não correspondia à minha expectativa inicial. Mas também isto foi um motivo de aprendizagem,  para mim e para a T. Eu tive que ajustar expectativas e acredito que o que conquistamos em conjunto, apesar de não ter sido "suficiente", há-de ser útil.  A T. está mais motivada do que nunca para recuperar o tempo perdido no próximo ano.
Devo confessar que não me voluntariei no FAS pelos motivos mais altruístas. Não foi por me sentir particularmente inspirada ou por que tinha a certeza que podia ajudar alguém, porque de facto não sabia. Penso que, na verdade, foi uma tentativa de me ajudar a mim própria. Precisava de relativizar os meus problemas, de entrar em contacto com uma realidade diferente. Aquela de tantas pessoas que ignoramos durante anos ou até durante uma vida inteira. Foi este motivo, que retrospectivamente considero egoísta, que me levou a um caminho que tem sido tão atraente.
Noutro dia dizia a uma amiga, a propósito das visitas, que aqueles eram momentos únicos, em que entrava numa dimensão diferente, em que as "pequenices" da rotina do dia-a-dia não têm qualquer importância, ou qualquer espaço de antena nos meus pensamentos. São momentos de trabalho com eles, em particular com a T., mas também de convívio, de trocas de experiências, de muita observação que resultam numa verdadeira admiração por aquelas pessoas que passaram a fazer parte da minha vida. Por isto, porque a T. o R., o J. e a L. passaram a fazer parte da minha vida, eu sou, sem dúvida, uma pessoa mais feliz.
Até breve,
Teresa

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