quarta-feira, dezembro 14, 2011

Crónica das Aldeias – 03.12.2011

O dia começou pouco risonho, mas sabíamos que tal iria mudar já que era dia de visita às "nossas Aldeias"! :) Apesar de esta ter sido apenas a minha segunda visita, sinto que já posso chamar de nossa pela calorosa forma como fui recebida. Admito que na primeira visita as dúvidas e incertezas eram muitas mas estas rapidamente se desvaneceram! Encontrámo-nos à hora habitual no sítio do costume de onde, feitas as apresentações, começámos a viagem em direcção ao Marão.
A primeira paragem foi no parque das merendas para o nosso piquenique cheio de coisas maravilhosas mas muito saudável! A óptima sopa da Carminda aconchegou-nos bastante e até fez com que nos esquecêssemos do ar gelado da serra. De barriga cheia, fomos tomar o nosso cafezinho para partirmos para as visitas cheias de energia!
A visita que descrevo é a de Ansiães juntamente com a Carminda, a Joana e a Rita.
Quando chegámos a Ansiães, a Joana e a Carminda começaram por nos mostrar a casa da Tia Ondina, uma antiga aldeã que infelizmente não tive oportunidade de conhecer. De seguida, seguimos em direcção à casa da Tia Rita. Apesar do frio, fomos encontrá-la cá fora, a tratar das suas coisinhas toda bem-disposta e sorridente, como de costume. A Tia Rita é uma senhora que, apesar dos seus 91 anos, tem uma energia inigualável e um espírito único. Entrámos na sua acolhedora casa e pusemo-nos à conversa, desde as consultas marcadas até as "mexericos" habituais, sempre com muita animação à mistura! Sem darmos conta do tempo a voar, já estava na hora de irmos visitar a Tia Aldina!
Com muita tristeza, despedimo-nos da Tia Rita e subimos a rua onde a Tia Aldina já estava à nossa espera junto à lareira. Desta vez, fomos encontrá-la mais tristonha. Os problemas do filho e os seus problemas de saúde afectam-na bastante. Depois de nos ter contado como andava a lidar com toda a situação, a conversa começou a ficar mais animada e entre o chá quente e as castanhas que tinha preparado para a nossa visita, conseguimos ainda alguns sorrisos. - "Já vão embora? Têm de ficar cá mais tempo!". Nós também queríamos Tia Aldina, mas já estávamos em cima da hora para irmos para o ponto de encontro.
Fomos então para Bustelo, onde já estavam todos à nossa espera. Depois da partilha, emotiva pelas perdas, partimos para o Porto com um sorriso no rosto e ansiosos pela próxima visita.

Joana Paulo - Ansiães

terça-feira, dezembro 13, 2011

Crónica dos Imigrantes 10 Dezembro de 2011

Desta vez, a saída, foi à Casa da Música com visita guiada incluída.
Como sempre o encontro foi em S Cirilo. Tivemos bastantes inscrições e algumas desistências (talvez devido ao mau tempo que se fez sentir durante a noite).
O convívio foi muito positivo, a visita guiada foi acompanhada, com elevado interesse, por todos, principalmente pelos utentes de S Cirilo, que demonstraram uma grande atenção a todas as explicações sobre a arquitetura e pormenores da acústica da sala de concertos, que foram dadas pelo guia da visita.
No regresso, como sempre, a animação foi mais evidente e tivemos oportunidade de começar a integrar os novos voluntários desta vertente.
Esta atividade tem-se revelado, para mim, uma agradável surpresa. Surpreende-me o interesse que estas pessoas, a quem a vida não tem tratado bem, demonstram. O melhor exemplo disso, se preciso fosse, veio esta semana quando um dos utentes trouxe dois amigos, de uma outra instituição, para nos acompanharem nesta visita.
Têm sido muito positivos estes encontros. Tenho notado uma maior abertura por parte dos utentes de S Cirilo para falarem dos seus problemas e preocupações. Este estado de espírito só é possível com a persistência e regularidade destes encontros, que fazem com que eles adquiram alguma confiança e comecem a abrir a sua vida (problemas, preocupações e alegrias) aos voluntários que os acompanham.

Manuel

sexta-feira, dezembro 09, 2011

Crónica das Aldeias – 08.10.2011

"Quem gosta, cuida."

Num sábado de Outubro, num dos primeiros deste ano "lectivo" do FAS,
voltámos nós para o Marão ver as nossas senhoras. Nossas, porque
aquilo que elas nos entregam e confiam faz-nos perceber que estamos
responsáveis por uma pequena parte da alegria delas, que por mais
pequena que seja, não deixa de não ter uma grande importância.
Mais uma rotina normal: reunir, viajar, almoçar no parque do costume,
o cafezinho e voilá! here we go! As conversas, sinto eu, são cada vez
mais íntimas. A dona Rita, quero dizer, Tia Rita (veja-se lá a
confiança, que maravilha!) adora receber-nos. Constantemente achamos
que nessa hora, o relógio é uma invenção pouco útil. A dona Aldina, a
avó carinhosa! "Meninas, um frasquinho de mel! Levai!" Não deixa de
insistir que ficamos muito pouco tempo com ela, apesar de
distribuirmos duas horas por duas vistas, o que é óptimo. "Dar sem
procurar receber", um dos lemas deste grupo, mas na verdade, sempre
recebemos em dobro (ou mais) do que aquilo que damos. Estou muito
grata a estas senhoras por se deixarem fazerem parte da minha vida,
penso que poderei dizer, da nossa vida, e de toda a sabedoria que nos
passam com as histórias das suas existências.
Um dia passado, mais uma rotina normal, no entanto, cada momento é
único. Obrigada a todos por tornarem possível uma companhia/amigo na
vida destas pessoas e de todas as que necessitam.

Clarisse - Ansiães