segunda-feira, abril 30, 2007

Crónica IPO 21.04.2007

No dia 21 de Abril de 2007 passámos uma tarde diferente, no Instituto Português de Oncologia do Porto, no piso de pediatria. Foi uma tarde bastante animada, onde felizmente não faltou alegria e atenção para todas as crianças que se dirigiram à sala de jogos. Surgiram crianças de várias idades, acompanhadas quase sempre dos respectivos pais. Sem reservas, tratámos de animar não só a criançada como também os familiares, procurando que todos nos acompanhassem nos jogos e brincadeiras, e ajudando-nos a relacionarmo-nos com os miúdos. Tudo serviu para animar a tarde, desde o imprescindível karaoke da Floribela, até aos jogos de Lego ou de Playstation. As crianças que por alguma razão tinham de ausentar-se da sala por alguns minutos, prometiam rapidamente voltar, o que acabou sempre por acontecer para muita alegria nossa, pois era um sinal de que estávamos a chegar até eles, e de certa maneira, a fazer bem o nosso “trabalho”. Foi um prazer fazer e ver estas crianças sorridentes, mesmo as que chegavam mais relutantes e um pouco inibidas pela presença de tantas caras desconhecidas. A boa disposição esteve sempre presente, mesmo na hora da despedida, sempre com muitos sorrisos e brincadeiras.

“A melhor maneira de tornar as crianças boas, é torná-las felizes” - Oscar Wilde

Abraços sinceros, em especial para todas as crianças : )

Tiago Cabeçadas

sexta-feira, abril 27, 2007

Crónica da ronda de 22/4/2007 (Boavista)

Começámos a ronda com a habitual azáfama de introduzir as comidas nos sacos, separando tudo e tentando pôr tudo para ninguém ficar sem algum dos bolos. Fizemos a oração, desta vez com a Sabina e lá partimos para os nossos amigos “domingais”, a Benedita, a Joana, o Rui, o Sérgio e eu.

Fomos directos ao novo lugar que o Sr. Z. nos disse que ia estar, mas não o encontrámos por aquelas bandas.

A D.F. e o Sr. V. lá estavam no seu sítio, já regressada de Lx, com o inseparável amigo, o Leão, agora bastante maior!

Falámos um pouco e sobre a sua ida lá, sobre as diabetes que têm e com as quais deve ter extremos cuidados pois já devem ser de um grau bastante elevado (no domingo estava c a cara toda vermelha), do filho que está preso, das amigas da rua, e de muito mais.

Pouco tempo depois, chegou também o Jorge a juntar-se a nós. Com o Sr. V., falámos 1 conversa 1 bocadinho mais séria que o habitual e um pouco surreal: sobre matar pessoas. Disse-nos que estava com vontade de matar um vizinho por confusões com o parque de estacionamento.. Disse-lhe que matar não era solução, não tínhamos esse direito sobre a vida do outro. Contou-nos que tinha morto o pai num dia em que estava bêbado, o que o traumatizou bastante… mas que mesmo assim não o impede de querer matar este homem também… O que vale é que acho que ele diz estes desejos da boca para fora…!

Nesta paragem não estava o Sr. M., algo que já começava a não ser habitual, e então seguimos para o Sr. Z. Ele lá se encontrava no local da semana passada (daí não estar no jardim onde o procurámos no início da ronda), mas despachou-nos muito rapidamente: queria trocar de roupa e estava ali à espreita a ver se ninguém passava…! ;)

Assim, seguimos pela Av. Boavista em direcção ao P., uma vez que o Jorge tinha ido ter connosco de propósito p/ marcar encontro p/ o dia seguinte com ele no CAT. Ao fim de algum tempo a procurá-lo, lá o chamámos, marcaram o local e as horas, mas entretanto já sabemos que não foi. Em princípio deve aparecer na próxima 2ªf, já que não é possível mais cedo. Esperamos que seja desta!

Por ali estava também o P., sem a sua mulher, a P., já que esta agora trabalha e sai tarde do restaurante. Como ela já ia ao CAT na 2ªf c/ a patroa, ele combinou que também ia e, entretanto, já sabemos que FORAM OS 2!! ENTRARAM P METADONA!

Ainda fomos à Av. B. para tentar estar com o A., rapaz que encontrámos na semana passada, mas não o vimos por ali. EM vez dele, conhecemos o R. que nos contou um bocadinho da sua vida. Está no Porto há 2 anos, na rua há 1ano e 3 meses. É toxicodependente. Anda por aquela zona, vamos tentar passar lá sempre. Tem ar de boa pessoa, sabemos que não é um toxicodependente de último grau, por isso uma aproximação constante é importante nesta fase.

Por fim voltámos à rotunda e estivemos com o Sr. A., o Sr. A. De sempre, bem disposto. Falámos um pouquinho, mas não muito, já era um pouco tarde.

Acabámos como sempre com uma oração final e lá partimos par as nossas casas, pedindo forças para cada um deles, pensando nos desafios de cada um.

Um bjinho,

Ana Barbosa de Carvalho.

quinta-feira, abril 26, 2007

Ida à aldeia

Olá people,

No próximo sábados temos aldeia, por favor tomem nota, esqueçam todos
os compromissos marcados e juntem-se à caravana! A vossa presença é
indispénsavel, que o digam os nossos "queridos velhidos" de Candemil,
Bustelo e Ansiães.

Para melhorar a coisa, temos ainda um almoço partilhado com o Núcleo
Dinamizador, devidamente condimentado com algumas iguarias locais,
agendado para as 12h.

A partida está marcada para as 10h00 no local do costume.

Peço a todos que confirmem a sua presença/ausência, como
habitualmente, para facilitar a organização deste dia.

Beijinhos e abraços

Rui

terça-feira, abril 24, 2007

Crónica da ronda de 15/4/2007 (Boavista)

Equipa de 5 completa. A noite começou muito agitada. No arranque além de sermos 25, tínhamos a companhia de dois grupos que vinham connosco, e, como se isto não chegasse, o nosso grande patrocinador dos telemóveis compareceu (Obrigado Sr. L), além ainda do nosso mais novo voluntário, o Raúl. Com tantas coisas ao mesmo tempo, após a oração foi um arranque atribulado em especial para mim, que tive de me ausentar porque foi um fim de semana louco, e o prazo para entregar o IRS acabava dali a 60 minutos... foi num instante.
A D. F não estava, foi a Lisboa. Não vimos o Sr. Zé. Numa nova paragem encontramos o A., que eu já conhecia de anos antes em frente ao JN, é um caso a ajudar, ele que é de tão longe... Do outro lado estava um jovem a dormir ferrado e para primeira aproximação não é boa ideia acordar quem tão bem dorme.
O PeP vão amanhã CAT de Matosinhos! Vamos a ver se é desta! A P tem uma senhora que a ajuda e que a vai receber em casa! Obrigado Sr.a Patroa! E que lhe arranjou emprego mesmo sabendo toda a história... Fomos lá almoçar na 5a feira e dar força.
O P também está com vontade de ir ao CAT e quando soube que a demora no processo já não é desculpa, alinhou e fiquei de lhe dar uma resposta para irmos na 4a, mas o CAT está por azar com várias indisponibilidades na excelente equipa e por isso ficou para a 2a feira seguinte [ele não compareceu ao combinado, ainda não sabemos porquê. Foi apenas a 1ª tentativa.]
Encontramos o Sr. A, estava com boas cores, com a questão do tribunal mais esquecida, dei-lhe um daqueles abraços que ele precisava. Terminamos em paz, com a nossa oração e agradecendo estes caminhos novos que apareceram, muita força para vocês todos.

Jorge

sexta-feira, abril 20, 2007

1ª Crónica do IPO (14/4/2007)

Em cada Sábado aprendo uma lição de vida e o desta semana não foi excepção...foi verdadeiramente especial!

Chegámos ao IPO, eu, o Luis, a Francisca e a Filipa, ansiosos para ver quem eram as crianças que se encontravam lá e para saber o que nos reservavam.

Entrámos na salinha dos brinquedos e nada...estava vazia! Fomos então pelos quartos fora, tentar “angariar” crianças. A todas as portas que batiamos recebiamos uma resposta negativa; há muitos momentos em que estes meninos se sentem extremamente cansados, sem terem vontade sequer para brincar. Na última porta, quando já estavamos a perder a esperança, encontrámos o H. que, mal ouviu falar em sala de brinquedos começou a pular em cima da cama, todo contente, e pediu à mãe para o ajudar a ir para lá.

Mal entrou dirigiu-se à cozinha de brincar, para nos preparar uma excelente refeição, que comemos todos deliciados. Em seguida era a hora de limpar, e nem imaginam como ele era limpinho e arrumadinho! Pegou num paninho e limpou tudo; até mesas e cadeiras. Terminada a tarefa, chegou a hora de matarmos animais. Ia, todo contente, dizendo nomes de animais (galinhas, coelhos, vacas, porcos, “hipepótamos”), enquanto que a mim, ao Luis e à Filipa cabia o árduo trabalho de os matar, fazendo o H. rir-se às gargalhadas. Entretanto já tinha entrado mais um menino, o B, que se entretinha com jogos de computador, ajudado pela Francisca.

Depois de todas estas tarefas domésticas, o nosso amigo decidiu que queria cantar. Pusemos então o karaoke da Floribela e dos Morangos com Açúcar para ele cantar connosco, mas o H. encheu-se de vergonha e ficou apenas a ouvir-nos cantar. Entretanto, as nossas melodiosas vozes atraíram mais uma menina, a F., que mal falava mas que ficava toda contente a ouvir-nos e pedia sempre mais.

No fim da cantoria, como o B. já tinha ido para o quarto, acompanhado pela Francisca que ficou lá com ele o resto da tarde, resolvemos ir para o computador, onde o H. se entreteve a jogar até à hora do lanche.

Com a barriguinha cheia, quis voltar às cantorias. E desta vez acompanhou-nos!!! Hehehe. Dançámos, cantámos e rimos ao som de Floribela até estarmos todos exaustos e até ele descobrir o piano, com que se entreteve até ao fim.

No fim custou ir embora...estavamos todos cansados, mas a tarde foi optima e custou despedirmo-nos daquela criança tão especial que nos contagiou com toda a sua alegria e energia.

Ficamos agora à espera da próxima visita! :)

Inês Bessa

sexta-feira, abril 13, 2007

Crónica da ronda de 8/4/2007 (Boavista)

Partimos para mais uma ronda, animados pela oração e pela vontade de ajudar.

A primeira paragem foi na D. F e seu inseparável companheiro, o "temível" cão de nome Leão, com um peso aproximado de 2 Kg e umas assustadoras mandíbulas de 3 mm J. Apesar de todas as doenças, a D. F mantém uma boa disposição admirável, que exterioriza no seu tom de voz capaz de acordar toda a vizinhança. Nessa noite, fez-nos um pedido especial: se lhe podíamos trazer um saco de "farinha milho", destinado à confecção de umas tão portuguesas Papas . Naturalmente, vamos tentar satisfazer esse desejo.

Passámos depois no sítio habitual do Sr. Z, que não estava, provavelmente por ainda ter dinheiro para dormir na pensão.

A última paragem foi, como habitualmente, na zona do Bom Sucesso, onde acompanhamos vários sem-abrigo, alguns de forma sistemática, outros ocasionalmente (os "nómadas", que nunca estão no mesmo sítio às mesmas horas). São os casos do JP, da P, do Z e do X. Curiosamente, nas últimas 2 semanas, temos estado com todos eles. A consequência mais visível foi a "crise" que se abateu no fornecimento de chá. Pela primeira vez, o tão apreciado líquido esgotou antes do final da ronda. Quando nos dirigimos ao Sr. A, a última pessoa que costumamos visitar, não tínhamos chá para oferecer, o que nos deixou um bocado "sem jeito". Tanto mais que nos últimos 15 dias, o Sr. A tem andado alterado, muito diferente do Sr. A que nos habituámos a visitar. Notamos nele muita revolta e rancor, muito provavelmente devido ao processo judicial onde foi envolvido, aparentemente de forma injusta.

Para não acabar esta crónica com um facto triste, falta referir a situação do casal P e P. Temos conseguido estabelecer uma relação cada vez mais próxima com os dois, o que poderá ajudar no processo de desintoxicação por que tanto ansiamos. Ficámos também a saber que a P arranjou um emprego, o que nos deixou ainda mais esperançados numa futura recuperação.

Terminámos a ronda com a habitual partilha e oração.

Boa semana

Sérgio Costa

Ronda de 8.4.2007 (Sta. Catarina)

Rondei só com a Benedita, o que foi sintoma de noite pouco voluntariosa mas em contrapartida possibilitou arejar a ronda. Para os sem-abrigo, rever uma cara não habitual e sentirem dimensão do grupo; para nós, perceber modos diferentes de abordar e estar, aproximar os percursos.
Com eficácia no início, chegando cedo e adiantando os sacos conseguimos sair às 'e meia'. Deste modo, e ao contrário das últimas semanas, não ouvimos repreensões pelas horas tardias. É mesmo importante manter este horário.
Começámos pela D.E. e Sr.F. na 'casa velha'. Muito o de sempre: recepção e descida de escadas em resmunguice, mas logo cá em baixo sorrisos e abraços. o Sr.F. melhor das dores da perna, mais erguido, com melhor ar. Ela, 'atendeu-nos'!...
Ali ao lado, estivémos com o E. Não aceitou os doces porque está com dores de dentes. A Benedita recomendou-lhe passar na Universidade Independente ao Jardim de Arcad'água - o que foi óptimo porque eu só sabia das enormes listas de espera da Faculdade de Medicina Dentária ao S.João. Percebemos que a sua ausência nas últimas semanas se deveu a uma estadia de trabalho em Vila Real, numa quinta a guardar animais. Comprou calças e sapatilhas e guarda agora 50€ para ir para França ou Espanha, está para decidir...
Seguimos para a Praça e aí acabámos os sacos. Ao fim já houve que roubar aos 'reservados' para não deixar de mãos a abanar tipos com mais necessidade do que a F. e o P. que a seguir visitariamos. A T. apareceu com novo companheiro, que percebemos estar bebido e portanto não nos ter parecido grande aposta... O J. já só o vimos mais tarde quando passávamos só de carro. O M. pediu ajuda para ir ao CAT, desistiu de ir com a mãe, como estava previsto. À partida só para a semana. Com ele estavam dois sujeitos que não conhecíamos mas que também agarraram a ideia. Deixámos morada de Matosinhos e nome do Fernando. A ver.. De resto as pessoas do costume, à velocidade apressada da Praça.
A F. e o P. melhor do que eu esperava. Ele perdeu mesmo o filho mas já não houve aquele discurso de revolta e vingança! Falámos ao contrário de recomeço e procura de trabalho - e de novo a Benedita deixou esperança com o nosso 'banco de empregos'. A F. é um importante equilíbrio pela sua doçura e simplicidade, e intuição para o bem. Queixa-se cada vez mais da perna. Expliquei-lhe do desfalque no saque e ela apoiou! Iam na segunda-feira ver os filhos dela e ele sorriu como que sentindo mais seus os dela! Ao telefone com o rapaz ficou embaraçado porque lhe tinha mandado um beijo..!
Terminámos ao passar de novo na Praça e parar com o I. Outra vez em baixo, para baixo, magro e sujo. Voltei a desafiar para a segunda tentativa no CAT. Sem primo, sem mim, quer fazer por si próprio. Toquei-o e animei-o quanto pude.
Eu e a Benedita conversámos sobre isto de o que dizer a quem perde um filho, nós que não somos pais... O que dizer a quem está enterradíssimo na droga, nós que nunca consumimos sequer e dependência é coisa que não sabemos a que sabe... Rezámos por todos e reconhecemos a ressurreição não como 'acto único' de um Jesus de há dois mil anos, mas de tantos pormenores, de tantas passagens de tristezas para sorrisos, de tantos pequenos avanços, de cedências para esperanças! É aí que está o Ressuscitado, que só foi reconhecido pelos apóstolos por sinais por cima da trivialidade

Crónica da ronda de 11/3/2007 (Sta. Catarina)

Esta foi uma ronda que começou com três grandes “Obrigada!”: o primeiro “Obrigada!” ao Luís que, após uma paragem no seu contributo para o FAS, voltava a prendar-nos (e aos nossos SA) com a sua presença, contacto, pessoa e ajuda; um segundo “Obrigada!” a todos aqueles que, com a sua renúncia na Operação Sanduíche possibilitavam mais um domingo de sacos oferecidos; e um último “Obrigada!” à Marta, namorada do Pedro, que amavelmente nos emprestava o carro, resolvendo uma peripécia de falta de transporte que nunca antes nos tinha acontecido e sem o qual poderíamos fazer a nossa ronda! Com a Mafalda a poder “partilhar-se” connosco só no momento da oração (já que a sua vida agora não se faz só pela Invicta), com um elemento novo, e após resolvido o transporte, seguimos no caminho da noite que nos leva a quem tanto amamos.

Como costuma ser clássico, a primeira paragem deu-se no actual abrigo dos nossos queridos D.E e Sr. F., do qual o filho D. tinha saído poucos minutos antes, não sendo por isso possível cruzarmo-nos com ele, infelizmente. Mantendo-se teimosamente instalados na c.v., tivemos a “sorte”de os apanhar bem dispostos, já que esta recente mudança tem levantado, por vezes, a algumas divergências. Mais uma vez abordámos a questão da segurança, da humidade para os problemas de saúde Sr. F., do perigo de derrocada, das precárias condições de higiene etc.. enfim, problemas dos quais facilmente poderiam privar-se. Mas este é sempre um ponto de discordância com a nossa querida e teimosa D.E, pequenina mas rabina, que acaba por ir levantando gradualmente o tom de voz e a velocidade com que fala, até termos a polícia (que já por ali andava…) a vir-nos perguntar o que se passava. Tratava-se de uma noite estranha, St.C. estava com um ambiente completamente insólito a pairar no ar, não muito comum e com muitos carros de patrulha nas redondezas que, com natural desconfiança, reagiram perante aquele que sabemos ser o natural modo de falar da D.E quando tocamos neste assunto. Enfim, passado este incidente, abraços fortes, repetições do “por gostarmos muito de si é que dizemos isto” e sorrisos refeitos. No meio de tanta dificuldade em entender e ceder não deixa de ter uma piada estonteante o modo como ela muda a conversa, ou não deixa falar, e os paralelismos doidos que faz, como os do gato (para quem esteve presente sabe do que falo, e aposto que se está a rir!). Esta foi uma paragem onde estivemos também com o Sr. M, bem disposto e partilhando da nossa preocupação com os instáveis candeeiros, que a qualquer momento poderão cair… Mais uma vez relembrou-nos do seu aniversário, que claro tínhamos bem presente! É tão lindo, a meu ver, como todos nós, independentemente das nossas fragilidades, condições, erros ou falhas, temos em comum uma natural empatia com o afecto, com o momento da companhia com o outro, com o contacto com o outro, com o carinho do outro ao lembrar-se de nós, nem que somente através da figura de um simples bolo e de uma desafinada cantoria… dá que pensar.

Pós Stª.C., B., onde estivemos com todos aqueles que são mais flutuantes, mas com quem vamos ganhando mais contacto e laços, aos poucos. Entre eles os fixos, como o J. e a C. já de pazes feitas (esperemos que duradouras…), o M. (sempre cómico e bem disposto, desta vez só reclamando com a pouquíssima quantidade de açúcar no café!!, dizia ele: “5colheres de sopa no mínimo, por copo!”), ou o E., que ainda que visivelmente abatido e cansado se deixou consolar com o café amargo (a cada um o seu gosto e paladar) e ficou deliciado com as fotos (e mensagens) que lhe oferecemos, retiradas do filme da Mafalda, que sem o contributo deles seria impossível fazer. O nosso Sr.L. tinha ficado na pensão por não se sentir muito bem disposto, mas também para ele enviámos fotografias e o saco, símbolo da nossa constante lembrança e carinho. Entre bolos e café, com muito frio à mistura, a nossa paragem ali acabou em quentes pedaços de Fado, fantasticamente cantados pela D.B. A noite ia ficando cada vez mais quente e a ronda, de facto, especial. Sempre estranho é o caso do S. J. com histórias de intensa perplexidade e promiscuidade, que julgando-se profeta e enviado acaba por nos contar coisas incrivelmente estranhas e surreias…

Com o E. connosco no carro (a quem oferecemos boleia para ver se ia de vez para casa descansar), seguimos ao encontro da F. e P. Ficando a aguardar dentro da viatura (já que estava muito frio cá fora), o E. esperou que ouvíssemos as boas novas sobre emprego da F., além de rirmos sobre o mau jeitinho da Raquel para a cozinha, e tentarmos, mais uma vez, sensibilizar o P. para o mesmo caminho de procura de trabalho e ocupação. Eles são os dois muito amorosos e queridos, por isso, ainda que não tendo sido uma paragem muito morosa (a F. teima em vir muito mal vestida para a rua, estando sempre a tremelicar) foi um momento de contacto intenso e intimo entre todos.

Já sem sacos ainda parámos na loja C., esperando ver o B. ou os E., de quem já não temos contacto há algum tempo. Esperemos que todos estão bem e que este sinal de ausência seja positivo… Aguardamos e vamo-nos mantendo atentos.

A nossa oração final foi ao pé da casa do Vasco: eu, o Pedro, o Vasco e o Luís. Foi uma noite, de facto, especial, uma ronda simples mas com um toque de presença e de contactos muito activos, que nos deixou a todos um pouco mais plenos, e ao Luis com as honras feitas de uma “casa dos sem casa da noite”, que se abriu no todo para o receber, com tudo o que há de mais belo e de mais feio, mas que assim o é pelo simples facto de sermos, cada um de nós e deles, pessoas incompletas e humanas, com melhores e piores momentos, mas em busca… em busca de algo maior, ainda que à medida de cada um.

A todos, Obrigada.


Raquel

quinta-feira, abril 12, 2007

Crónica da ronda de 8/4/2007 (Areosa)

Ressuscitou Deus em nós e partimos também com a vontade de O ver nascer de novo nos amigos que temos na rua.
O sr. Z. lá estava em casa da S., como é hábito... feliz e conversador desde a semana passada!
A S. já estava a descansar, mas levantou-se para nos receber mal nos viu! Sempre um amor... marcamos definitivamente a nossa ida em família ao "Arrasta o pé" :)
A natação e o tai-chi vão começar a fazer parte dos dias da S., não cabe em si de tanto entusiasmo!
Ficamos preocupados com a quantidade de medicação que tem para tomar! Em tom de segredo lá nos confessou que o dinheiro nem sempre chega para a medicação, e que, por isso nunca a cumpre por completo! É uma dificuldade muito grande tentar contornar este problema! Receitas em papel não melhoram nem curam... e ninguém parece sensível a isso! :/

Na Casa abandonada estavam todos conversadores... Jesus andava verdadeiramente no ar... e irradiava de todos eles! O R. e o P. mostraram como nunca vontade de entrar no projecto do Porto Feliz e sair da rua.
O L. parecia cansado daquela vida e desanimado com a sua própria falta de força para terminar os tratamentos que já teve oportunidade de começar, sem recaídas... como já aconteceu por duas vezes... sente-se agora mais desamparado porque sente que já não acreditam nele... será que podemos fazer alguma coisa em relação a isto?
O sr. R. e o sr. A. apresentaram-nos o D.. Encontraram-no a dormir no jardim, assim já tão novo. Ficou sem documentos, e, por isso ninguém o aceita em nenhum trabalho. Pediu a nossa ajuda. Os pais são angolano e indiana, mas, como tinha nascido em Portugal uma ida à Loja do Cidadão deve chegar para voltar a ser ele aos olhos do mundo.

Já na Areosa, o sr. M. voltou à alegria contagiante tão própria e a que nos foi habituando! Gostamos mesmo da companhia uns dos outros e isso vai-se reflectindo e sentindo em pequenos momentos, pequenos sinais... já tinhamos mesmo muitas saudades sr.M.! :) :)
Fomos por último visitar o sr. J. e a D. I.! O sr. J. continua a trabalhar e pareceu-nos feliz... ia passar o dia a passear pela cidade já que não trabalhava na 2ªfeira! Dizia até já estar cansado de férias! :)
A D. I. estava já a descansar, como é costume... bebeu o leitinho com café e acompanhou com os bolinhos de que ela tanto gosta e fomos conversando...

Acabamos com a certeza de que fazem todo o sentido as nossas noites de Domingo! A paz...

Andreia Gil

Ida à aldeia

Olá pessoal!

Acabadas as festividades pascais, voltamos as atenções novamente para as "nossas" aldeias. É verdade, este fim-de-semana regressamos, será um dia normal sem qualquer actividade extraordinária, apenas as habituais visitas aos nossos queridos "velhinhos".
A partida fica agendada para as 10h30 no local do costume (em frente à Igreja de N.ª Sr.ª de Fátima). Não se esqueçam também de levar alguma coisa para partilhar ao almoço.
Peço a todos que confirmem a sua presença/ausência para que assim seja mais fácil planear a ida ( o Jorge, o Nuno, o João, a Vera, o Luís e a São ja confirmaram a presença)

Beijinhos e abraços,
Rui Mota
(rmmota81@gmail.com)/936020206

quarta-feira, abril 11, 2007

Crónica da ronda de 8/4/2007 (Batalha)

Num espírito de Páscoa iniciamos a nossa noite que se avizinhava quente. O Nuno inaugurou a noite com algumas palavras, as suficientes para dar ainda mais significado à nossa noite. Graças à Benedita, podemos adoçar a noite de Páscoa dos nossos amigos, obrigada por tudo.

Ao som dos Live partimos rumo ao Sr. D. que estava nada mais nada menos do que adormecido! Gentilmente o acordamos para que partilhasse connosco uma fatia de pão-de-ló e algumas palavras que animaram a semana… Nem ânimo, nem tristeza, fizeram com que o Sr. D. partilhasse connosco alguns momentos da semana. Tirando aquele sorriso “matreiro” ficou apenas um fechar de olhos quando o Zé Pestana teimava em bater à porta. Rendidas, seguimos viagem para a Rua de Camões…

Sr. F. desta vez mostrou-nos que a rotina não faz parte do seu quotidiano e não estava no seu sítio habitual… só um pouquito abaixo! O malandreco pensava que nos escapava, foi só descer um pouco a rua e lá estava ele... Acho que já não consegue disfarçar a vontade que tem de nos ver todos os domingos e perceber que mesmo não se lembrando assim de repente dos nossos nomes… não demorou mais de uns pequenos minutos de silencio para que acertasse na mosca – cada cara batia com a respectiva careta, fantástico! Tudo lhe era familiar… o nome da rua, a estação de metro, até mesmo o tempo de Páscoa… E para terminar conseguimos confirmar a extrema educação que tem – diz ele que não pode desclassificar as pessoas, nós somos amigos, mas outras pessoas que lá passam também (se calhar de formas diferentes). Ficou um abraço e o desejo de uma óptima semana!

O Sr. J…. para além de estar no sitio dele, está com um aspecto um tanto ao quanto! Uhmmmm… escuro :) convencemo-lo a cortar aquela barba e aquele cabelo! A viagem para Espanha parece ter ficado para outra altura! Aquela foi a noite das cantorias… “aleluia, aleluia…” e respondemos com algo bem diferente “vamos cantar as janeiras..” :D estivemos em grande aliás, todos com o mesmo som e ao mesmo tom… pelos cantos e encantos ficamos para a semana seguinte!

A nossa ultima paragem, mas sempre muito povoada! Quer dizer… penúltima, porque antes encontramos o M. que nos procurou… Falamos um pouco, mas de uma forma tão dura e crua – é a vida da rua, sem ilusões, a realidade tal e qual ela é! Ficou a promessa de encontrarmos os M’s no próximo domingo no local e hora combinados.

Agora sim a ultima e muito populada como disse anteriormente. As boas noticias… A AM está óptima e internada, está no caminho certo. O Z. apesar de não estar na sua companhia está muito feliz pela vitória conseguida. O M. estava todo feliz porque guardou o meu carro na sexta-feira, ficou ele e eu de os ver! Agora as más… o irmão do B. que não estava bem acabou por falecer – temos de o apoiar acima de tudo… e os pequenos desentendimentos… esperamos que se dissipem e que não passem de momentos quentes em que a solidão, desespero e picos de dignidade acabam por dominar. Ficaram alguns pedidos, roupa, uma viola… a ver vamos o que se arranja. A visita à AM e os anos do Sr. Z. são os nossos compromissos da semana :)

A partilha destes momentos foi acontecendo naturalmente até que a Inês saiu do carro para ir para casa. Eu e a Manela seguimos para o nosso destino, ao som dos Live (ainda sim :) ) e a chuva começou a cair, dando o ar da sua graça… não sei bem o que nos quis dizer, mas passamos de uma noite quente para uma noite molhada, quem sabe para nos refrescar as memórias e nos fazer sempre recordar estes momentos…

Sabina Martins

terça-feira, abril 10, 2007

Crónica da ronda de 1/4/2007 (Sta. Catarina)

Nesta ronda estávamos eu, a Ana e o Luís.
Desta vez começámos por visitar a D.E e o Sr. F., para não corrermos o risco de chegar tarde e ouvir mais um "raspanete"...Ela estava muito bem disposta, pois o filho tinha-os visitado naquele dia.
O sr.F., mesmo cheio de dores nas pernas, insistiu em descer as escadas para estar connosco...é nestas alturas que verificamos o quão importantes somos para eles!
Mais uma vez insistimos com ele para ir ao médico e a D. E. diz que o filho vai tratar disso.
Depois de nos despedirmos de ambos seguimos para a Batalha. O primeiro s.a. que vimos foi o M., muito interessado(novamente...) em ir ao CAT, tentámos falar sobre isso mas ele, mal demos o saco desapareceu dizendo que eram só cinco minutos e já vinha...no entanto, não o tornámos a ver nessa noite.
Ainda na Batalha falámos com o E. e com o sr.L.Este estava uma bocado desanimado pois já há algum tempo que está à espera para ser internado para fazer um programa de cura do alcoolismo, mas ainda não foi porque não há vagas.Depois de falarmos com ele lá ficou mais animado e (esperamos)já sem ideias de suicídio.
Quanto ao E., estava completamente esfomeado, pois já gastou o pouco que recebe do rendimento mínimo para pagar dívidas e está sem dinheiro para comprar comida.Mostra-se disposto a fazer tratamento psiquiátrico e desesperado por um emprego, embora prefira um em que não tenha contacto com muitas pessoas, devido à sua fraca estrutura psicológica e pouca capacidade para gerir emoções.
Deixámos a Batalha para nos irmos encontrar com a F. e o P., (levando connosco o E. para mais tarde lhe darmos boleia para casa).Ela, como sempre estava bem disposta.Ele está muito revoltado com as assistentes sociais, pois culpa-as por o filho ir ser dado para adopção.Tentámos acalmá-lo, mas sem grande sucesso, pois ele é de ideias fixas e disse até que iria à instituição onde o filho se encontra e que queria ver o que é que as assistentes sociais fariam.Nem que tivesse de as maltratar, não lhe interessava, só queria era ver o filho.
Não fomos ao Aleixo, pois já só tínhamos pão.
A ronda terminou com o habitual momento de oração.
Carla

Crónica da ronda de 25/3/2007 (Sta. Catarina)

"Foi o tempo que perdeste com a tua rosa que a fez tão importante".
Foi com esta e mais algumas passagens de "O Principezinho", que a Maria Antónia deu início à oração desta ronda.
Sempre gostei muito desta frase do livro.
Criar laços....
É necessário tempo para criar laços.Com os outros, com Deus, connosco próprios.
E é assim que, Domingo após Domingo vamos criando laços comos nossos amigos Sem-abrigo.E, tal como sucedeu com o a raposa, o principezinho e a sua rosa, também estes amigos que visitamos se tornam "únicos" para nós e nós para eles.
Após a oração, cada um dos grupos partiu, para a missão que Deus nos incumbia nessa noite.
Do nosso grupo estávamos eu, a Raquel e o Pedro. Pelo caminho fomos discutindo o "problema das horas", pois saímos sempre para a ronda mais tarde do que o desejado, na Batalha demoramos sempre bastante tempo com S.A. e há pessoas que acabam por ficar imenso tempo há nossa espera e algumas(como é o caso da D.E. ) ficam bastante zangadas com a nossa demora.Acordámos então que o ideal era sair do Creu às 22h30m no máximo e demorar menos tempo na Batalha.
Na Batalha encontrámos o J. que já chegou a ter muito dinheiro quando vendia droga e chegou a estar preso.Vive num quarto e não é dos que passam mais fome.Pelo menos a física...mas afectivamente está muito em baixo pois a mulher que vivia com ele, que é toxicodependente e bastante mais nova, de vez em quando desaparece e depois regressa quando precisa de se alimentar e tomar banho por uns tempos, volta a desaparecer....ele diz que não a quer mais mas...o coração precisa mais de amor que o corpo de alimento...
Estivémos também com o E. que estava muito preocupado com o Sr. L.uma vez que este em falado em suicídio ultimamente.Pediu à Raquel que o fose visitar, pois é a que conhece melhor a sua história de vida e com quem ele se abre mais.
Relativamente ao próprio E., mais uma vez falou do curso de filosofia que não concluiu e da frustração que sente por causa disso."Filosofámos" também um bocado sobre o que é a felicidade...e mais uma vez tentámos convencê-lo que ele não tem de desistir do sonho de concluir o curso mas primeiro tem de ter ir a consultas de psiquiatria e tomar medicação para se equilibrar emocionalmente; estanto estável emocionalmente pode procurar e manter um emprego, pois recebe apenas cento e poucos euros do rendimento mínimo e só então poderá pensar no curso.Ele dá-nos razão, mas esta é uma conversa que teremos de ter com ele inúmeras vezes, até finalmente surtir efeito.
Deixámos a Batalha e fomos ter com o sr. F. e a D. E., que deixaram a pensão e regressaram à "casa velha"(por teimosia da D.E.).Ela estava furibunda, berrou connosco, porque já não eram horas, o sr. F. já tinha discutido com ela,uns rapazes que passaram tinham-na chamado de bêbeda,enfim, lá disse o que quis e finalmente acalmou-se.Fez queixas do Sr. M., que às vezes dorme lá em casa, outras vezes vai lá só para cravar cigarros ao seu "homem" e ele dá-lhos, não pode ser.
Falou também um pouco da sua infância e do modo como a mãe a tratava.No final despediu-se de nós já contente e bem disposta.
Fomos finalmente ter com a F. e o P. perto da pensão, mas só ela é que desceu, pois ele está muito em baixo porque o filho de seis anos vai ser dado para adopção, uma vez que nem a mãe nem o pai têm condições de o criar.
A F., como sempre, estava bem disposta e faladora, embora preocupada com o P.
Terminámos a ronda junto ao Creu, com a habitual oração, agradecendo a Deus por estarmos ali.
Carla

quarta-feira, abril 04, 2007

Crónica da ronda de 1/4/2007 (Batalha)

No último domingo a ronda da Batalha partiu para as visitas com a equipa toda presente. Estávamos todos entusiasmados porque a noite prometia bons momentos!!

Fomos directos aos Sr D que como estava num sono profundo optamos por deixá-lo dormir acreditando que seria o melhor para ele. Procuramos o Sr J que não se encontrava na sua recente 'casa' (um pouco assustadora). Ficou lá o saco marcando assim a nossa passagem por lá, acreditamos que aquando do seu regresso ainda lá tenha encontrado a comida, pois com os seus bichinhos companheiros de casa nunca se sabe!

Paramos na Trindade e por aí ficamos algum tempo a terminar os preparativos para a festa com a AM que fazia anos nesse dia. Aproveitamos para por toda a nossa alegria numa bela e memorável sessão fotográfica!! :)

Fizemos uma visita um pouco rápida - para o habitual - ao Sr F que com alegria nos recebeu e reconheceu! Falamos um pouco, sem perceber grande coisa, mas o essencial ficou bem claro: ele adora as nossas visitas e nós cada vez mais nos sentimos ligados a ele!

Entretanto encontramos um senhor, já conhecido por estas bandas, que esteve a conversar um pouco connosco. Foi desabafando algumas coisas que sentia mas manteve sempre uma postura de desconfiança e de defesa. Dentro do possível fomos orientando a conversa tentando não o ferir mas ao mesmo tempo não o deixar falar mais do que devia.. quem sabe o voltemos a encontrar e consigamos ter uma conversa mais produtiva!

Partimos finalmente para a nossa última paragem, o grupo do Z, AM, M, S e mais 2 homens que tb por lá estavam nessa noite. Entramos com o bolo a cantar os parabéns! Fomos recebidos com palmas a acompanhar, risos e lágrimas. Foi um momento muito bonito, ficará no coração de todos os presentes! O entusiasmo com que comeram o bolo, e a AM recebeu as prendas foi fabuloso. Estávamos todos com um sorriso gigante, as fotografias irão comprovar.

Conforme os ânimos foram acalmando foi dando para falar mais pessoalmente, ouvir os problemas de alguns e perceber um pouco melhor algumas situações que sentimos necessidade de estar atentos, para melhor os ajudar.

Regressamos por fim com imensa alegria pela noite passada pedindo o melhor para todos eles.

Boa semana para todos!

Manela

terça-feira, abril 03, 2007

Crónica da Ronda da Boavista (25/03/2007)

Olá a todos!

A noite de domingo passado começou com a habitual oração, no sítio do costume. Uma reflexão sobre o Príncipezinho, para inspirar os corações…!

Com o Jorge em férias na Ásia (rrrrr!!), e sem o Sérgio também, lá partimos os restantes 4 da vida airada para os nossos amigos de Domingo.

Fomos ao encontro da D. F., que lá estava depois de no domingo anterior ter estado em Lisboa. Disse-nos que lá foi assaltada, o que não foi nada bom…! O Sr. V. estava a dormir no “poiso” com o seu cão “Leão” e por isso não falámos com ele. O Sr. M. lá estava também, todo contente, parece que agora já tem mais confiança connosco e por isso já se abre mais. Agora tem aparecido sempre por ali, coisa que antes não acontecia. Disse-nos que esteve internado no Hospital na semana anterior e que não tinha dinheiro para pagar a consulta. Que já tinha falado até com uma senhora muito amiga dele, que o tinha ajudado a arranjar os papéis da pobreza, mas que o Hospital não tinha aceite que, então, não sabia o que fazer. Lá tentámos ver a melhor maneira para conseguir arranjar o dinheiro e com isto os deixámos, para continuarmos a noite.

Passámos pelo local habitual do Sr. Z., mas este não estava, talvez tenha arranjado dinh p dormir na pensão…

Continuámos para o B. S., onde nos cruzámos com o P. e a P., que desta vez nos pareciam um pouco mais “acelerados” que o normal.. Estavam com alguma pressa e por isso não falámos muito. Disseram-nos que com certeza que iriam à consulta no CAT de Matosinhos no dia seguinte mas, entretanto, já soubemos que não foram. Foi pena…mas nós não podemos desistir, e além disso só podemos avançar até à vontade deles (que muitas vezes não corresponde à nossa), não podemos impor.

Ao pé deles estava o J.P. no seu canto quase a dormir. Falamos muito de rompante, já que estava de ressaca, mas ainda se riu de alguma coisa connosco.

Por fim, dirigimo-nos ao sítio do Sr. A., mas não o vimos à primeira. Depois de entrarmos e sairmos no C.Comercial , lá o vimos na rua e fomos ter com ele. Disse-nos que tinha 2 más notícias para nós. Uma em termos de saúde, que precisava de um outro médico de urologia, já que o seu não estava a “atinar” com os remédios (algo que ficamos de tentar arranjar); e a outra que tinha que ver com a sentença que chegou de um processo de Tribunal que tem. Contou-nos toda a sua historia, (e que a nós nos pareceu verídica), disse-nos que foi embrulhado, e como o resultado era pagar uma multa alta, a qual não tinha como pagar, tentámos falar com a sua advogada, assim como com a pessoa que agora trata dos nossos assuntos jurídicos, para tentar pôr recurso. Entretanto, sabe-se já que as coisas já avançaram, e que o recurso vai ser mesmo pedido e que a multa pode ser baixada. Foi óptimo termos contactado com as advogadas, porque senão teria tudo ficado por ali. O que mais o entristecia nem era propriamente a multa, mas o facto de o seu nome ficar manchado, com uma injustiça, ele que é um homem sempre pacífico.

Despedimo-nos dando-lhe esperança e acabámos a ronda com a partilha final, no carro, em Ns. Sra. De Fátima.

Um bjo a todos, Ana